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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

MEU BONECO DE PAPELÃO


Toda vez que vejo uma boneca, sinto saudades da minha primeira boneca! Na verdade era um boneco feito de papelão, pintado e envernizado. So ficava na posição em pé e de braços esticados. Era duro e pesado. Mas era tão lindo!!! No rosto estampava sempre o mesmo olhar, mas parecia que seu olhar me dizia coisas lindas sobre amar!
Onde eu ia carregava meu boneco. Colocava minhas roupas nele para faze-lo mais parecido comigo.
Na minha casa haviam varias arvores no quintal que era de terra, com muitas plantinhas e no meio tinha um corredor de cimento que levava ate nossa casinha.
Meu lugar predileto para montar minhas coisinhas que chamava de "minha casinha" era sob um frondoso Pessegueiro.
Era na sua sombra que eu devaneava e me sentia em palácios.
Num dia muito quente, la estava eu quando minha mãe chamou-me para dentro de casa para tomar banho. Enquanto me deliciava na bacia cheia d'água, lá fora caia uma chuva torrencial.
Após o banho, queria voltar la no Pessegueiro para apanhar minha casinha e continuar a brincadeira na sala, mas tive que esperar e obedecer minha mãe que alertou-me para que não saísse na chuva.
Depois de algum tempo, pude ir, finalmente ao meu lugar preferido.
Meu Deus! Que decepção... minhas latinhas estavam apenas molhadas mas o meu boneco.... cadê o meu boneco???
No local apenas um montinho de papel molhado e melequento que grudou nas minhas mãos e roupas..... ele havia desmanchado!!!!
Esse foi, com certeza, um dos momentos mais tristes da minha vida! Perdi algo que amava e que sentia que era só meu.
Por muitos anos não entendi porque o destino havia me pregado aquela peça. Também nunca entendi a bronca que levei por te-lo deixado se desmanchar. Quanta culpa!
Até hoje, guardo ressentimento do meu anjo da guarda por não me alertar naquele dia.
Hoje, depois de quase 60 anos, encontrei uma foto em que la esta o meu amado boneco.
Divido com voces esse momento raro, captado por meu pai querido.
beijosssssssss

Nadir minha prima querida!


Estamos longe! Mas o que nos deixa longe é apenas a física encontrada na longa distância por cima do Oceano.
Os corações sempre estarão próximos tanto quanto disputávamos um pedacinho do colo do vovô ou da vovó!
Estão próximos tanto quanto trocávamos confidências de crianças ou adolescentes.
Amo voce tanto quanto te amava há 60 anos!
muitos beijos
Rita